Pra começar, já quero dizer que esse não é um post com orientações e dicas milagrosas para que seu filho deixe de usar fraldas. Além disso, já é sabido que cada criança é única e tem seu tempo de desenvolvimento e maturidade completamente particular, sendo assim, nenhuma técnica é universal quando o assunto é “seres humanos”.

No último sábado tive a oportunidade de almoçar com diversas amigas blogueiras e com o pediatra Dr. Moises Chencinski e tivemos – informalmente – uma verdadeira aula sobre como deve ocorrer o desfralde.

Agora vamos entender como se dá o processo de desfralde, mas antes você precisa compreender que para o desfralde acontecer a criança precisa desenvolver o controle da musculatura dos esfíncteres – uma maturidade que nada tem a ver com estímulos externos ou esforços maternos.

“O desenvolvimento neuropsicomotor segue a direção craniocaudal, ou seja, da cabeça para os pés e do centro para a periferia do corpo, ou seja, de dentro para fora.”

Dr. Moises Chencinski

Do mesmo jeito que não adianta esperar que uma criança que não saiba ficar em pé saia andando.

O Dr. Moises Chencinski, pediatra e homeopata, descreve que o processo para início do desfralde consiste em observamos três fases distintas para saber o momento em que a criança está pronta para iniciar o treinamento.

Fonte: A Hora do Desfralde – Guia do Bebê Uol

FASE -1 – A criança consegue te avisar que FEZ

Até esse momento, a criança anda com suas fraldas “pingando pela casa” ou “difundindo o cheiro” sem que isso a incomode. Se ela não tem essa consciência (que as fraldas já estão inapropriadas para o uso), não há como querer que ela entenda que precisa exercitar o controle.

Algumas crianças podem até querer tirar as fraldas quando percebem que elas estão molhadas ou sujas e isso pode já ser um sinal de que ela está preparada para a próxima fase, mas não que ela saiba controlar as suas eliminações. Se a fralda for retirada nesse momento, a chance de ocorrerem “vazamentos” é imensa e a de sucesso é muito, muito reduzida.

FASE -2 – A criança consegue te avisar que ESTÁ FAZENDO

Agora a criança começa a perceber que algo diferente está acontecendo. Além de já se sentir desconfortável com a fralda cheia de fezes e/ou urina, ela começa a ter a sensação das suas passagens pelo reto ou pela uretra, mas não consegue ainda conter ou reter. Em grande parte dos casos, a criança escolhe um cantinho, senta ou se agacha, olha para os pais com carinha de “tô fazendo” e começa a se incomodar quando terminou, quase que exigindo ser limpa.

Muitos pais, professores (nas escolinhas) começam aqui a tentativa de treinamento do controle. Mas para que essa atitude tenha sucesso, seria necessário um passo que a criança ainda não conseguiu: o segurar, a hora de segurar e soltar depois, a hora de soltar. Ou seja, ainda falta o principal: a consciência. Nessa fase, as crianças podem até ser “condicionadas” que, apesar de ser um sinônimo em alguns dicionários, ainda é diferente de serem “treinadas”.

FASE -3 – A criança consegue te avisar que QUER FAZER

Depois de algum tempo, individual para cada criança, começa a ocorrer uma evolução. Nessa fase, a criança começa a ter o controle e consegue segurar as fezes e a urina. Muita gente já ouviu falar das fases de desenvolvimento especificadas por Freud?

  • Fase Oral (0 a 18 meses/2anos);
  • Fase Anal  (18 meses/2 a 3/4 anos);
  • Fase Fálica (3/4 a 5/6 anos);
  • Período de Lactência (5/6 anos a 11/12 anos);
  • Fase Genital (11/12 anos a 17/18 anos).

Freud pode ter sido um dos responsáveis pela precocidade do treinamento quando estabeleceu que aos dois anos inicia-se a fase anal. O fato de ela se iniciar aqui, aos dois anos, ainda não significa que a criança esteja totalmente preparada para controlar e exercer a função segurar / soltar de forma correta e nem que ela já tenha consciência disso.

Acompanhem os passos desse processo:

  • Sentir a vontade de urinar ou evacuar;
  • Reter (segurar) fezes / urina;
  • Ir ao banheiro;
  • Tirar a roupa do caminho (calça ou vestido, cueca ou calcinha, fraldas ainda);
  • Sentar;
  • Liberar os esfíncteres (relaxar a musculatura);
  • Esvaziar o reto e/ou a bexiga;
  • Fazer a higiene local adequada (ser limpo ou se limpar);
  • Vestir a roupa novamente;
  • Lavar as mãos;
  • Acabou.

Fazer é fácil quando não temos que pensar em tudo isso, ou seja, quando isso já é nosso hábito. Se a criança estiver aprendendo, sendo “treinada” e os passos seguidos não forem nessa ordem exata… A coisa pode se desastrosa, não é mesmo? Assim, é nesse momento que devemos pensar em iniciar o treinamento. Isso deve ocorrer quando a criança começa a segurar fezes e urina e olha para os pais/professores com cara de “E agora o que é que eu faço?”. Nesse momento, toda atenção dever ser dada a esse treinamento, atendendo imediatamente à necessidade da criança, nunca criticando e nem punindo o insucesso e sempre se colocando ao lado da criança, tanto apoiando e estimulando, quando não der certo, como elogiando e “vibrando” com os bons resultados.

Dr. Moises Chencinski – Médico especializado em pediatria e homeopatia – CRM-SP 36.349 – PEDIATRIA – RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA – RQE Nº 37545

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Mãe do Gustavo e da Rafaela, esposa e dona de casa. Dedico meu tempo à minha família e ao Mamãe de Casa. Sou formada em arquitetura mas agora sou 100% mãe. Eu durmo, acordo, respiro maternidade! Caí de cabeça, me joguei, me entreguei mesmo... Essa sou eu!

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